Jornal A Crítica (AM) – Artigo de Júlio António Lopes

Academia Carioca de Direito
Júlio Antonio Lopes

Nesta sexta-feira (28/08) foi fundada a Academia Carioca de Direito (ACD), em linda cerimônia realizada na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), na cidade do Rio de Janeiro, que é presidida pelo Amazonense José Roberto Tadros, o qual se tornou membro da ACD.

Tendo integrado o núcleo fundador, fui agraciado, assim como André Meira, presidente da Academia Brasileira de Direito (ABD); Roberto Victor Pereira Ribeiro, presidente do Colégio de Presidentes das Academias de Direito do Brasil (COPAJUB); e Elizete Lanzoni, da Academia Catarinense de Letras Jurídicas (ACALEJ), com o título de Sócio Honorário, ou seja, Sócio de Honra, algo inédito, ao menos que eu saiba, na história das academias nascentes. Em verdade fomos ajudadores, incentivadores e fomentadores de um sonho, que teve como timoneiro o grande relator da Constituição de 1988, o jurista Bernardo Cabral e, também, a notável advogada, ex-presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), a dinâmica Rita Cortez, os quais montaram não um time, mas uma seleção de nomes exponenciais do direito na cidade maravilhosa.

O evento foi superlativo e contou com a presença do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que em estupendo discurso de abertura dos trabalhos, louvou a iniciativa e dos acadêmicos e ressaltou, com as tintas da justiça e do reconhecimento, o papel de Bernardo Cabral, o relator histórico da Constituição, não apenas para a concretização, mas também e principalmente para a história do Brasil, o que fez com que Cabral fosse aplaudido de pé e demoradamente pelo público presente, mais uma consagração que se confere, em vida, a um dos últimos esse heróis da pátria. Em saudação aos acadêmicos falou o ministro do TST Alexandre Agra Belmonte.

Rita Cortez, a propósito, é a mulher certa, no lugar certo e na hora certa. É uma guerreira que muito ainda tem a dar ao Brasil. Parecia inconcebível que o Rio de Janeiro, essa capital cosmopolita e onde tudo acontece, com reflexos para todo o país, não tivesse a sua Academia de Direito. Agora, devidamente instalada, será fonte, não tenho dúvidas, de muita luz para o mundo jurídico.
Há uma velha máxima latina que diz: “onde está a sociedade, aí está o direito”. E o Direito aí está para regular todas as relações sociais, para dar segurança e também para pacificar os conflitos. As academias, que abrigam homens e mulheres de pensamento, existem para fundamentar as mudanças que se fizerem necessárias, para defender as verdades e os valores eternos que permitem o aperfeiçoamento da sociedade e para discutir as questões polêmicas do presente no sentido do bem comum.

Na condição de amazonense, mas que anda pelo Brasil sempre em busca de uma boa causa para lutar, sinto-me feliz e recompensado por poder, modestamente, como um obreiro dedicado e fiel, ter contribuído, com um tijolinho qualquer, para mais esta obra da cultura, do direito e da justiça. Como diria um grande amigo meu, um “cabuquinho” de Manaus segue sendo útil naquilo que tanto enobrece a alma humana: ajudar na realização de sonhos coletivos, procurar ser bom e fazer o bem.